Atelier de Traduções: traduções jurídicas, financeiras e corporativas

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Tradução de termos vulgares em documentos

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Tradução de termos vulgares em documentos

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É claro que quando falamos de tradução de termos vulgares, a maior parte das pessoas tende a pensar que esta questão é exclusiva da área de legendagem, onde o tradutor terá que levar em consideração a audiência e o intuito do diretor do filme.

Apesar de ser um tópico especialmente difícil em qualquer área de tradução, vamos abordar a tradução de documentos.

Como muitas vezes ocorre em documentos, entre esses considerados e-mails, correspondências e transcrições, o tradutor deverá levar em consideração, além do público alvo, a relevância de o leitor ter conhecimento da intensidade do teor e o fato de a tradução ser ou não juramentada.

Imagine que você está sentado à frente do seu computador, com um copo de café e bolachinhas, e recebe um e-mail de um cliente que precisa da versão (lembrando que versão ou tradução referem-se sempre à direção da tradução, se para o português, será tradução, se do português para outro idioma, versão) de e-mails trocados dentro da empresa localizada no Brasil, que deverão ser enviados à matriz nos Estados Unidos para avaliação de algum procedimento interno ou até mesmo para tomada de decisão quanto a uma ação judicial por assédio ou discriminação.

Você abre o documento e encontra aquele linguajar lindo, nível mais baixo do que o nível do mar. O que fazer?

Bom, como na legendagem ou em qualquer outra área da tradução, a primeira coisa a fazer é determinar o público que vai ler o documento e o local para onde este será enviado. Na maioria das vezes, quando traduções desse tipo são solicitadas, não haverá grande possibilidade de mascarar ou suavizar o que foi escrito. Se o leitor tem necessidade de conhecer os fatos reais, nada será poupado.

Porém, é muito importante lembrar que o sigilo profissional é de fundamental importância. A indiscrição profissional poderá custar não só a perda do cliente atual, mas também de clientes futuros. Ética não é o tópico deste texto, mas é sempre bom ter em mente que, como em todas as profissões, ela existe por um motivo, nesse caso, limitar algum dano que possa já ter ocorrido e até mesmo proteger uma pessoa ofendida.

Caso a única opção seja a de não poupar nada, um estudo do vocabulário é de extrema importância. O objetivo é acertar na medida, não exagerar e não deixar nada de fora, e isso é tarefa difícil. A tradução literal de uma frase com trechos vulgares, pode ter efeito muito diferente do esperado. A mesma palavra, em países diferentes, pode ser mais ou menos ofensiva dependendo do contexto cultural. Um termo usualmente utilizado nos Estados Unidos pode ser muito mais ofensivo na Inglaterra, ou vice-versa.

Esse é um dos casos em que a experiência do tradutor e o seu conhecimento da cultura local do país de destino contam muito.

É importante saber o intuito da tradução (processo judicial, auditoria interna, ação disciplinar etc.) antes de escolher os termos a serem utilizados, lembrando que, no âmbito da tradução jurídica, pouquíssimas vezes existirá a possibilidade de suavizar a linguagem. Nesses casos, o critério correto de equivalência empregado para transferir a mensagem é o que realmente terá importância.

Lembre-se de que uma tradução sem a equivalência adequada poderá gerar ações equivocadas e até mesmo prejudicar um indivíduo. Uma frase encontrada em um e-mail em tom de piada de mal gosto, poderá, se mal traduzida, implicar muito mais que isso e ter consequências desastrosas.

Consulte sempre um profissional competente, isso evitará ações desnecessárias, perdas financeiras e muito mais.

Katia Gibbs – Tradutora e Intérprete

Eline Bélier – Revisão

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